quarta-feira, 3 de agosto de 2011

SEMANA MUNDIAL DA AMAMENTAÇÃO

Vou aproveitar a "deixa" da Semana Mundial da Amamentação para contar minha experiência e o que passei a pensar sobre o aleitamento materno depois de ser mãe.
Eu sempre quis muito amamentar, sabia da importância do leito materno para a saúde e o desenvolvimento dos bebês, queria proporcionar essa "dose extra" de proteção para a MC, queria viver com ela momentos de cumplicidade e carinho que a amamentação proporciona... Também achava lindas aquelas fotos das campanhas de amamentação, com as mães bem penteadas amamentando filhos gorduchos com roupas brancas...
Logo que a MC nasceu - depois dos procedimentos hospitalares básicos -, ela já veio para o meu seio... No começo, estávamos meio desajeitadas, a pega não era correta, o leite não tinha descido... Depois, ainda no hospital, tivemos umas "aulas" maravilhosas sobre posições, massagens, pega e outros segredinhos que nos ajudaram muito a pegar o jeito... Fiquei um dia a mais no hospital por que o pediatra queria que a MC saísse mamando a todo o vapor... E ela mamava, cansava, dormia e parecia estar sempre com fome... Perdeu mais peso do que o normal nos primeiros dias...
Mas foi quando chegamos em casa que a função começou... MC queria mamar a todo o momento e a todo o momento dormia no seio... Eu ficava 24 horas à disposição e ela nunca parecia satisfeita... Chorava de manhã, de tarde e de noite, sempre com fome, e dormia em quatro minutos de seio... Caiam pedacinhos dos meus mamilos, muito embora eu tomasse todos os cuidados recomendados pela obstetra... Tinha horas em que ela queria mamar e eu pensava que lá vinha a tortura... E meu marido segurava minha mão para eu descarregar nele a dor dos mamilos feridos... Por inúmeras vezes eu quis ligar para o pediatra e pedir a receita de um leite em pó, mas resisti... Queria muito que a MC continuasse mamando no peito e sabia que a mamadeira podia fazê-la perder o interesse... Acreditava que a dor ia passar e tudo ia dar certo, mas excomungava, todos os dias, os autores das campanhas de amamentação, que só mostravam o lado lindo da história...
Eu amamentava sempre que a MC queria, mas ela normalmente dormia logo que pegava o seio e sugava de vez em quando. Por ela, estaria sempre acoplada no meu seio... Na consulta de 10 dias, a MC não tinha ganho peso nenhum desde a saída do hospital e o pediatra nos deu um ultimato: "vamos imaginar que ela tenha perdido mais peso desde que saiu do hospital e já está recuperando. Ou ela ganha peso na próxima semana, ou vamos entrar com a fórmula."
Eu estava tão cansada e dolorida que já nem sabia se queria continuar tentando ou se pedia a tal receita de uma vez... Mas aquela história de mais uma semana me soou como um desafio e eu e meu marido nos dispusemos a vencê-lo de qualquer jeito. Passamos a acordar a MC de duas em duas horas para mamar durante o dia e de três em três horas durante a noite. Ele dava apertadinhas nas bochechas dela quando ela dormia no seio, estimulando para que ela voltasse a mamar... Ela começou a mamar mais e meus seios se encheram de leite... Falei para minha obstetra da situação caótica dos meus mamilos e ela me receitou uma pomada mais espessa, que surtiu efeitos visíveis nos primeiros dias de uso...
De volta ao pediatra, depois de 10 dias, a MC tinha ganho 400g e o Dr. disse que meu leite era "poderoso"...  Nossa, era a melhor coisa que eu podia ouvir na vida, saímos dalí muito felizes e sentindo que nosso esforço de dias e noites estava sendo recompensado...
Quando a MC tinha exatos 25 dias os meus seios já estavam sem dor nem ferimentos e, na consulta de 30 dias, ela já tinha ganho 1kg em relação ao peso que tinha quando saiu do hospital.
Aí entramos naquele padrão das campanhas de amamentação: mãe feliz e bebê gorducho. Por que penteada e maquiada, confesso, eu dificilmente estava... Afinal, "trabalhava" em regime de disponibilidade total e isso implicava em muuuuuito sono atrasado e pouquíssimo tempo disponível para outras atividades que não fossem amamentar e cuidar da MC...
Com o tempo, os horários foram se organizando, eu fui tendo algum tempinho de "folga" programada e ela mamou só no peito até cinco meses e meio... Pelo pediatra, teríamos ido adiante por que ela estava super bem, mas confesso que insisti para dar uma frutinha um pouquinho antes dos seis meses.... Acho que já estava querendo novas emoções!
MC mamou até 1 ano e 2 meses e até hoje, quando ela chora no meu colo, parece que meus seios dóem um pouquinho... Acho que eles queriam voltar a dar a ela aquele leite que alimentava, protegia, acalmava e até trazia um soninho gostoso...
Amamentar é tudo de bom para a mãe e para o bebê. Qualquer percalço vale à pena! Ninguém precisa ser mãe de cartaz de campanha, e ninguém é menos mãe por causa disso!

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